sábado, 24 de novembro de 2007

Aprender contigo... na APPACDM (1)

A APPACDM (Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental) de Setúbal acabou de atribuir os prémios do concurso de poesia que, desde há 12 anos, promove. No ano passado, por esta altura, editou o volume Um olhar diferente – 10 Anos de poesia (1996-2005), que reúne os poemas premiados e os que obtiveram menção honrosa ao longo dessa década. Ainda no ano passado, a delegação de Setúbal decidiu criar também a modalidade de poesia destinada a estudantes das escolas dos concelhos de Setúbal e de Palmela, iniciativa que teve a sua segunda edição neste ano.
Até hoje, assisti a várias das sessões de entrega de prémios da APPACDM nesta iniciativa e sempre me emocionou a alegria, a jovialidade, o sorriso, a vivacidade, com que os jovens (e adultos) utentes da APPACDM se envolvem nesta actividade, quer como elementos de uma assistência participativa, quer (sobretudo) como autores de textos que nos apresentam uma visão do mundo e da vida perfeitamente ajustados.
Até há dois anos, o tema dos concursos de poesia era exactamente… “um olhar diferente” (de onde vem, de resto, o título da antologia que referi). Daí para cá, o tema é “aprender contigo”, algo que nos coloca na necessidade, na vertigem de olhar o outro, de sentir o outro.
Os poemas premiados assim o demonstraram, quer os que foram apresentados pelos adultos, quer os originários das comunidades escolares. Pedi alguns dos textos premiados e divulgá-los-ei aqui logo que os tenha. Para já, deixo os nomes dos dois primeiros contemplados de cada modalidade: na área escolar, foram Inês Sampaio Figueiredo (1º lugar) e Filomena Marilda Peixeiro (2º lugar), ambas da Escola Secundária de Palmela; na modalidade geral, Maria Fernanda Esteves (1º lugar) e Antonieta Carrilho Vilhena (2º lugar).
Resta dizer que, em cada ano, na sessão de entrega dos prémios, é homenageado um poeta ligado a Setúbal e há participação musical. Na edição que hoje se realizou, o contemplado foi António Maria Eusébio (1820-1911), conhecido por "Calafate" ou "Cantador de Setúbal", evocado pelo seu bisneto, Rogério Peres Claro, que anunciou o terceiro volume da obra completa do bisavô para o início de 2008 [tarefa necessária, de resto, uma vez que os dois anteriores volumes datam de 1985 (Lisboa: Ulmeiro) e ficou sempre a promessa da restante obra a publicar]. A parte musical esteve a cargo de alunos violinistas do Conservatório Regional de Setúbal, acompanhados ao piano pelo professor António Laertes.

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