domingo, 18 de novembro de 2007

Duas histórias de elogio fácil ou o espírito e a graça de Manoel de Oliveira e de Luiz Pacheco

Relata o Da Literatura, hoje, a seguinte história passada com Manuel de Oliveira: «Há cerca de um ano, ouvi contar um significativo episódio, que, si non è vero, è bene trovato. Manoel de Oliveira deslocara­‑se a Paris, para que Dominique de Villepin, ainda primeiro­‑ministro francês, lhe outorgasse um determinado título honorífico. Na cerimónia, estava presente José Sócrates, já primeiro­‑ministro português, que, ao saudar o cineasta, não terá conseguido ir além da fórmula que a sua inteligência e a sua sensibilidade lhe recomendaram: "Está com muito bom aspecto". De imediato, Oliveira terá retorquido: "O senhor também"».
Há poucos anos, quando Luiz Pacheco esteve a viver em Setúbal pela última vez, uma história semelhante se passou com ele (afiançou-mo o próprio) num dos primeiros dias dessa sua estada por aqui, quando almoçava num restaurante com um amigo. A dada altura, uma figura local, que estava também no repasto numa mesa vizinha, viu-o e dirigiu-se-lhe, dizendo: "É o sr. Luiz Pacheco? Já tinha ouvido dizer que estava a viver cá por Setúbal... Gosto muito da sua obra, já a li toda..." Então, a pachecal figura (imagino-o) soltou a resposta imediata: "Ah, sim? Eu também já a li toda e há coisas de que não gosto..."
Fotos: Manoel de Oliveira visto por Pedro Ferreira (a partir de www.dokument-festival.cz) e Luiz Pacheco fotografado em Julho de 2005.

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