sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Elas aí estão, as faltas!

Ainda não vai há 3 horas que a notícia foi posta na edição online do Público: o novo estatuto do aluno foi aprovado por quem acha que tem sempre razão e por quem acha que tem a missão de refundar o país e a civilização. Facilitismo... é pouco! Um dia, as consequências hão-de cair-nos em cima. Só é pena que seja em cima de todos!
«Governo acusado de facilitismo - PS aprova novo Estatuto do Aluno sob críticas da oposição
O PS aprovou hoje, sozinho, em votação final global, o novo Estatuto do Aluno sob as duras críticas dos partidos da oposição, que acusaram a maioria socialista de facilitismo.Todas as bancadas da oposição, PSD, CDS-PP, PCP, Bloco de Esquerda e Partido Ecologista “Os Verdes”, uniram-se no voto e nas críticas ao Executivo por a lei não valorizar a assiduidade.
Os social-democratas e os democratas-cristãos pediram mesmo nova discussão em plenário do artigo 22.º, apresentando propostas alternativas, que foram "chumbadas" pelos deputados da maioria.
No início do mês, e perante as críticas generalizadas, de partidos e sindicatos, o PS apresentou a terceira proposta de alteração estipulando que se o aluno faltar sem justificação à referida prova fica retido, no caso do básico, ou excluído da frequência da disciplina, no caso do secundário, o que não estava previsto nas propostas anteriores.PSD e CDS-PP acusavam o Executivo de laxismo dado que, na proposta inicial, não se prever que o aluno ficasse retido ou fosse excluído por faltas.
O dever da assiduidade continua a ser posto em causa, afirmaram hoje no debate os deputados Emídio Guerreiro (PSD) e José Paulo Carvalho (CDS-PP).
O novo estatuto, disse Emídio Guerreiro, promove o facilistismo e tenta "resolver o problema do insucesso e do abandono escolar através de artifícios estatísticos".A bancada do PS, através da deputada Luísa Caré, anunciou a apresentação de declarações de voto sobre a lei.»

2 comentários:

Diogo Paredes Meira disse...

É a primeira vez que estou de visita a este blog. Sou um aluno universitário, do 2º ano de Direito, e tenho algo a dizer sobre o novo estatuto do aluno.

Em primeiro lugar, parece-me haver, em torno da questão da assiduidade discente alguma hipocrisia quanto à sua extrema relevância. Calma! Eu explico-me: durante toda a minha vida escolar, quer no ensino básico, quer no ensino secundário, bem como agora na Faculdade, nunca fiz questão de me apresentar a todas as aulas, chegando mesmo a faltar a muitas delas.
Hoje, como ontem, considero-me ainda assim um aluno responsável. Terminei o ensino básico com 4s e 5s a tudo, e concluí o ensino secundário com a média de 18 valores. Na faculdade, e podendo apenas contar com o primeiro ano da mesma, situo-me nos 16 valores até ao momento em que lhe escrevo.

A verdade, companheiro, é que não é assiduidade nas aulas que faz o bom aluno. A escola deve prever o devido lugar para o aluno auto-didacta. A responsabilização do aluno faz-se em função dos resultados finais, parece-me, e não em função da quantidade de vezes que ele pôs os pezinhos nas aulas, muitas delas inúteis, ou desfasadas quanto ao papel que elas deviam desempenhar.

Sempre estudei que me fartei, e nunca me puderam apontar o dedo pela quantidade de faltas que dava. E a quantas não faltei eu para me agarrar verdadeiramente aos livros, ao meu ritmo, e sem a parafernália de distracções que qualquer aula com 25 ou 30 jovens acarreta...

Quanto às faltas que eu dava no ensino básico e secundário, todas elas injustificadas, uma conversinha com o professor a meio do ano, e outra no final deixava claras as minhas intenções. Com a apresentação de resultados, acham mesmo que algum professor ia chumbar um aluno com 16s, 17s ou 18s, só porque não punha os pés nas aulas?... Não me parece!

Não sou Socialista, nem para lá caminho. Mas neste capítulo particular reconheço, e louvo, a boa vontade do Governo.
Eis o meu contributo para a discussão deste tema!
Cumprimentos!

João Reis Ribeiro disse...

scofield:
Felicito-o pelo "curriculum" académico. Oxalá assim continue!
Quanto às faltas, mantenho as minhas reservas... mesmo porque valerá a pena saber qual o sentido que vão fazer as chamadas "substituições" (que não lhe foram necessárias para os seus resultados, creio) ou a avaliação contínua, por exemplo.
Cumprimentos.