sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Oito máximas de Agustina

1. “O meu ídolo é a gramática portuguesa, à qual faço constantes heresias.”
2. “Os homens são mais pecadores e as mulheres mais curiosas.”
3. “Somos sempre muito faladores com o insignificante e muito calados com o que nos assusta. Assusta-nos o íntimo das nossas vidas, por passarmos todas as portas sem pensar que elas se fecham para sempre atrás de nós. Não podemos voltar para compor o inacabado ou as palavras soltas ou a que faltou experiência.”
4. “Os jogadores não gostam de ganhar.”
5. “O que se imagina das pessoas é o que nos convence.”
6. “O que é a sorte? – pergunto-me. É sobretudo uma equação vertiginosa que se efectua entre os dados de que dispomos e os obstáculos que lhes são impostos.”
7. “Aos vinte anos a vida não é mesquinha, é, quando muito, ambiciosa. A ambição é a fortuna dos novos. Meu pai dizia: ‘A audácia ajuda a juventude’. Não ajuda, mas tem esse traço de candura que faz parecer tudo digno de ser concedido.”
8. “A virtude é o melhor caminho para o poder. Ela enleia, corrompe mais do que o crime, descobre nos homens profundas aptidões de sacrifício e de gratidão. Ao desejo, os homens preferem a gratidão de não serem incomodados mesmo com o melhor dos pretextos, que é o pecado puro e simples. Com as mulheres tentadoras os homens são solícitos; com as virtuosas são agradecidos, que é um sentimento que dura uma vida.”
Agustina Bessa-Luís. O livro de Agustina Bessa-Luís. 2ª ed. Lisboa: Guerra e Paz, 2007.

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