terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Sebastião da Gama na Secundária de Caneças

Estive hoje à tarde na Escola Secundária de Caneças numa sessão sobre Sebastião da Gama. A história é simples: a equipa da Biblioteca da Escola contactou a Associação Cultural Sebastião da Gama para promover esta acção e lá levámos (eu e o Manuel Herculano) parte do conhecimento que a Associação tem sobre o seu patrono e algum material de divulgação (para oferta) que foi editado para acompanhar estas acções – o Boletim Informativo (nº que já aqui anunciei em 14 de Dezembro) e um opúsculo antológico da obra do poeta.
O público era constituído por alguns professores e por cerca de 60 alunos dos cursos profissionalizantes (10º ano). Além de ser gratificante uma deslocação às escolas para falar e apresentar a obra de Sebastião da Gama, mais o é saber que os alunos se entusiasmam com a sua poesia – eles têm possibilidade de participar com a leitura de alguns textos, assim como de questionar sobre o que ouviram. Desta vez, houve vários que intervieram na leitura: recordo os nomes do André, do Celso, da Diana, dos Diogos, do Emanuel, do Gonçalo e do João, entre outros. E recordo muito particularmente uma leitura linda do poema “Madrigal” feita pelo Diogo, sentida qual declaração amorosa, terna e comovente, lida e não declamada. Lembro também a atenção generalizada que puseram na sessão de cerca de 80 minutos, em que lhes foi dado contactarem com a história deste poeta eternamente jovem, falecido com 27 anos, vendo imagens, ouvindo poemas, falando-lhes de literatura e de histórias, de um tempo de meados do século XX. E não esqueço também o interesse de um aluno que quis saber como foi possível em 27 anos escrever tanto (três livros publicados em vida, oito obras editadas postumamente, a correspondência a ser divulgada brevemente…)! Admirava-se este jovem do tão curto tempo que possibilitou tão vasta obra. Pois, é que há intensas experiências de vida. E da vertigem da escrita também.
Falou-se do Diário, da poesia, dos sentimentos. E pareceu-me notar um encanto com as palavras sobre a natureza e sobre a simplicidade no lirismo de Sebastião da Gama. E pareceu-me ver nos colegas professores um misto de alegria e de esperança no símbolo que é o Diário do mesmo Sebastião da Gama. Halos de crença na poesia e também no que é ser professor… Gostei que tivessem gostado da sessão, é claro!
[fotos: Associação Cultural Sebastião da Gama (Sebastião da Gama, remador, em 1946) e www.esec-canecas.rcts.pt]

2 comentários:

Carlos Zacarias disse...

Fico feliz por tudo ter corrido tão bem. è fácil ver no texto que escreveste, a felicidade que sentiste. Parabéns!

Carlos Zacarias

Anónimo disse...

o seu post levou-me a reler (mais uma vez!) um poema de S. da Gama:
"Que bom ter o relógio adiantado!" é muito motivador na corrida das horas...
sensatez de poeta!
:)