terça-feira, 13 de janeiro de 2009

A propósito do texto de Lídia Jorge sobre a excelência da educação que (não) se tem discutido

Há dias, no Público, Lídia Jorge escreveu um texto excelente (a meu ver e, por isso, aqui o reproduzi) sobre a escola e os critérios de excelência, bem elucidativo sobre o que se tem passado nas escolas portuguesas quanto a esse fenómeno (porque assim o têm tratado) que vai sendo a avaliação de desempenho docente. Hoje, nas cartas dos leitores, o Público editou a opinião de António Reis, de Santa Maria da Feira, que eu perfilho. Também por isso, aqui a transcrevo.
«Estas palavras que aqui escrevo são motivadas pelo texto de Lídia Jorge publicado neste jornal, página 38, no dia 9 de Janeiro. Aí Lídia Jorge escreve sobre a política educativa do Ministério da Educação e, particularmente, sobre as medidas ministeriais relativas ao estatuto e carreira profissional dos professores, e, simultaneamente, sobre a função desempenhada por estes profissionais na escola de hoje. Depois de ler e ouvir tantas opiniões, mais ou menos informadas, alternadas com escritos desprovidos de sentido e de propósito, muitas vezes veículo de mentiras de tão desinformados, eis que leio um texto bem escrito, como só uma grande escritora o poderia escrever, mas, para mim mais premente, fundamental, um texto sensato e razoável, não porque ataque figuras do Governo e as suas políticas, como se ser-se "do contra" justifique, só por si, a crítica, mas porque o faz argumentando com razões e factos, transmitindo, assim, uma crítica fundamentada. Estou certo de que Lídia Jorge deixou muita gente perturbada; muitos, até, amantes da sua escrita literária. Num instante ocorre-me lembrar esse outro escritor que, quando opina sobre os professores, despeja, descontroladamente, críticas e adjectivos azedos, sem tino nem razão. Nunca lhe ouvi, nem li, uma crítica onde demonstrasse conhecer a realidade da escola e do trabalho do professor e um qualquer conhecimento teórico ou prático que o autorizasse, pelo saber, a falar e escrever, a pensar até, dessa forma sobre os professores. Que diferença, então, para estas palavras que Lídia Jorge nos deixou.Com este contributo, Lídia Jorge mostra-nos que os escritores, pensadores pela palavra escrita, ao escreverem sobre a sociedade real, devem usar essa arma com saber, razão, sensatez, enfim, com argumento válido e a propósito. Ela ensina-nos a sermos cidadãos da única forma que se pode ser: colaborarmos com as nossas capacidades para a a construção de um país e de uma sociedade onde se viva com dignidade.»

2 comentários:

Vocas disse...

Desconhecia este blogue.
Encontrei-o por acaso...
Fiquei fã!
Parabéns!

João Reis Ribeiro disse...

Vocas,
Obrigado. Nesta hora e sempre... uma entrada à disposição.