sábado, 15 de maio de 2010

Duas histórias com professoras, sem proveito para a educação

Duas notícias de ontem tratam da imagem dos professores. A primeira: a propósito do livro 365 piadas novas (Civilização), que contém uma anedota em que uma professora pergunta a um aluno o que dá a vaca, respondendo-lhe o petiz que “a vaca lhes dá trabalhos de casa”. A segunda: em Mirandela, uma professora de Actividades Extra-Curriculares posou para a Playboy, contracenando nua com outra mulher e, como conclusão, a revista esgotou na zona, a sociedade falou e a professora vai mudar de ramo.
Toda a gente sabe que a sociedade é muito pouco púdica e que, frequentemente, quer dar de si uma imagem que não corresponde ao que na realidade sente. Coisas que todos sabemos, claro! Sempre houve anedotas sobre profissões, como sobre povos ou sobre regiões. E, com franqueza, nunca apreciei aquelas que têm como propósito a humilhação, independentemente de se referirem a profissões, povos ou terras. Parece que a alegria de nos rirmos só se satisfaz com o azar dos outros ou com a humilhação dos outros e isso é lamentável. Tal como é lamentável a inserção da tal anedota no dito livro, que só prova a falta de sentido de humor e a banalização das referências.
Quanto à jovem transmontana, pode ser que ela tenha decidido o seu futuro (e só desejo que seja a seu contento). Estou longe de subscrever as opiniões que isentam a jovem de responsabilidades e que peroram em favor de classificar a sua atitude como algo de normal, num tempo em que o corpo significa isto ou aquilo, porque são argumentos fáceis. Obviamente que a liberdade foi toda sua e a sua exposição na revista não merece reprovação. Mas, provavelmente, a sua área não seria a da educação no 1º Ciclo. Educar também exige referências, queira-se ou não, goste-se ou não. E as que se relacionam com o corpo não serão provavelmente as do explícito ou da exposição… da estética da professora!
Relacionadas com a educação – em face dos seus protagonistas –, nenhuma destas histórias abona a seu favor. Muito embora ambas possam aproveitar por outras talvez interessantes razões…

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