sábado, 27 de abril de 2013

Memória: José Marques Baptista (1945-2013)




Conheci o José Baptista por causa dos livros, das revistas e das acções culturais que por Setúbal vão acontecendo. Conhecimento não muito antigo, mas com uns anos já. Impressionou-me a sua dedicação aos livros, às colecções, à busca do saber, tudo numa atitude do mais puro auto-didactismo, sempre descontente com as faltas, sempre capaz de dar referências e de ajudar a procurar. Era um coleccionador e um leitor crítico, que se orientava pela qualidade e que revelava impaciência pela banalidade. Passei com ele bons momentos, sobretudo instantes de saber. Tínhamos interesses comuns e gostávamos de conversar.
Fiquei impressionado quando, há cerca de um mês, amigo comum me revelou da sua saúde crítica, aliás, muito crítica. Tudo se manifestara de repente. Estávamos a dois dias do início da exposição “A cidade no coleccionismo setubalense”, que se inaugurou em 27 de Março, onde havia peças do espólio do José Baptista também. O quadro que me foi pintado foi violento porque inesperado e porque a amizade se ressente sempre com o mal-estar dos amigos. Foi mais um mês. Depois de mais um aniversário em 23 de Abril, no Dia Mundial do Livro (celebração adequada para o dia de nascimento do José Baptista), e de mais um 25 de Abril (em que acreditou), deixou-nos quando se rasgava o dia 26. E, apesar de esperada, a notícia chegou na sua rudeza e brutalidade: o Baptista tinha partido. Fica a saudade, claro. E também a alegria de o ter conhecido. Obrigado, amigo!
[Foto: José Baptista, em 26 de Março de 2011, na sessão de apresentação pública do Diário, de Sebastião da Gama, que organizei]

2 comentários:

Anónimo disse...

sei agora que aquele que foi o meu amigo zé batista se foi embora!

recordo-o á mesa do café esperança a passar a limpo os artigos para o setubalense e as comferencias que fazia no clube de campismo,decifrando pacientemente a minha caligrafia-- a sua última presença
tenho-a assinalada numa fotografia feita no auditóorio da biblioteca municipal de setúbal aquando do lançamento do meu livro "sismógrafo".

guadar-te-ei,zé batista!!!



daniel nobre menddes

AMMF disse...

Zé Batista era assim que eu tratava este Amigo do peito. Há tão pouco partiu e quanta saudade já tenho! Esteja onde estiver sabe que continuo a pensar nele com muito carinho... Grande Homem!

Ana Mourão Fortuna