terça-feira, 26 de novembro de 2013

Marcos de uma semana em que não disse (2) – Memória: Maria Irene Alves (1927-2013)



Conheci a Dra. Irene Alves (Maria Irene Ribeiro Gonçalves da Silva Alves) pelo final da década de 1980. Mantivemos muitos momentos de conversa, devidos a afinidades várias: a escola, o ensino do Português, a cultura portuguesa, a literatura, Sebastião da Gama. E também, sobretudo talvez, devido à amizade que fomos construindo e à admiração que fui nutrindo pela sua disponibilidade, pelo seu empenho, pela sua energia e dinâmica, sempre pronta para seguir, para agir, para participar, para fazer. Cruzámo-nos em vários eventos, alguns dos quais na Casa do Professor (da ASSP), em Setúbal, obra de que ela foi também construtora e a que deu muito da sua disponibilidade.
Inevitavelmente, nas nossas conversas saltava sempre a figura de Sebastião da Gama, que foi seu colega na Faculdade de Letras e que lhe escreveu um poema para o seu livro de curso (Finalistas de Letras – Curso de 1946-1950), de quem sempre falou com carinho e desvelo, relembrando momentos, versos e sorrisos.
A Dra. Irene Alves trocava impressões, opinava, aconselhava, comentava, sempre num respeito por ouvir também e por saber o que podia ser dito pelos outros e o que podia ser feito. Já fora da sua carreira profissional, muitas vezes a ouvi a sugerir práticas – as “boas práticas” agora descobertas para todas as áreas! –, a querer saber como reagiam os alunos a determinadas situações, a import(un)ar-se com a necessidade da leitura, não só de clássicos, mas sobretudo de clássicos. Senhora de vasto saber, ciente de ter marcado o tempo e de para ele ter contribuído de maneira intensa, a Dra. Irene Alves deixou saudades. Há uma semana, partiu. E a memória ficou mais viva!
[Foto: reprodução do livro de curso da Dra. Irene Alves]

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